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Viajar com pet?
Como?
Viajar com pet é maravilhoso, mas vc precisa começar a se programar com alguma antecedência.
Seja uma viagem de carro, ônibus, trem ou de avião, a preparação antecipada é muito importante.
Você vai precisar entender como seu animal se comporta em meios de transporte. Se passa mal, se fica nervoso, inquieto, se chora… o que o incomoda. Depois deverá pesquisar qual a melhor forma de transporta-lo.
Gatinhos, na imensa maioria das vezes se dão bem com caixas de transporte, pois gostam de ficar escondidos e se sentem protegidos. Todavia, gatos não gostam muito de mudanças de ambientes ou alteração de rotina, portanto, viajar por ser um grande estresse se eles não estiverem habituados a saírem de casa.
Então, sendo mesmo necessária a viagem, existem algumas dicas que podem ajudar. Tais como: cobrir a caixa com uma manta, usar feromônios e fazer pequenos deslocamentos com recompensas ao chegar em casa e/ou no destino.
Já cães, podem ser transportados em caixas próprias, presos com uma peitoral e cinto de segurança e em “cadeiras” especiais. Normalmente se adaptam melhor ás viagens, mas devem ser treinados para que isso não os estresse.
Lembre-se, qualquer que seja o animal, ele nunca deve ir solto durante a viagem. É arriscado para você e para ele, além de ser um infração de trânsito em quase todo o mundo.
Superada as questões do compartimento de transporte do seu pet, vem as questões burocráticas e chatas.
Se dentro do seu país e de carro quase sempre as vacinas estarem em dia bastam. Quando falamos em algum transporte compartilhado, como o avião ou ônibus de linha, a coisa complica um pouco.
Você vai precisar checar as vacinas, os desparasitastes (endo e ecto parasitas), se o animal pode ser transportado na cabine ou se deve ser no porão, check up com veterinário e relatório de autorização para a viagem.
Tudo, sempre atualizado e bem explicadinho tem no site da ANAC (Brasil), do IATA (órgão de regulações aéreas mundiais), da União Europeia e no site do orgão responsável do seu destino país ou estado.
Mas o bicho pega mesmo é nas viagens internacionais, pois a burocracia aumenta e você precisará checar o que é necessário em casa país, origem e destino.
A lista básica geralmente é:
- Microchip de identificação
- Vacina antirrábica
- Sorologia raiva (no caso de partir do Brasil)
- Atestado veterinário emitido pelo veterinário que cuida do seu pet
- Vacinas de doenças infectocontagiosas e outras que podem ser específicas para o país de destino.
- Desparasitações – vermífugos e antipulgas e carrapatos
- Certificado Veterinário Oficial/Internacional emitido pelo órgão público responsável pela entrada de animais no país (VIGIAGRO no Brasil e DGAV em Portugal)
Além desses documentos, existem prazos que você deve respeitar e alguns países exigem ainda a quarentena do animalzinho.
Aqui estão os passos básicos a serem dados numa viagem internacional
Passo 1: Microchip e Vacina da Raiva
Com a vacina da raiva feita e registrada no microchip (a vacina deve ser feita depois de colocado e registrado o microchip), deve-se fazer o teste de sorologia da raiva (anticorpos da raiva). Esse teste deve ser feito no mínimo 30 dias após a vacinação da Raiva e o resultado tem que sair 90 dias antes da data do embarque. Em Portugal, onde moro, esse teste é exigido para entrada de animais.
Tanto entrada de animais estrangeiros como retorno de animais europeus de viagem feita a países com risco de contaminação por raiva.
No meu caso, mesmo meu cão sendo português, o fato de ele ir ao Brasil e voltar para Portugal faz com que o teste seja exigido. Portugal tem a raiva erradicada a mais de 5 anos e o Brasil infelizmente não, então, por segurança o meu filhote tem que ter anticorpos suficiente para combater a raiva caso ele tenha contato com ela no Brasil.
Para o teste ser válido para viagem e o animal ser considerado imunizado para raiva existe um valor mínimo que o exame deve atestar, esse valor é de 0,5 UI/ml.
Fato curioso e importante: esse teste tem validade vitalícia se você der as vacinas de raiva nas datas corretas, sem falhas. Se atrasar por 1 dia… terá que fazer novo teste numa próxima viagem. Fácil cumprir essa regra né?!
Nota: Para animais que saem da Europa já com o teste de sorologia feito, não é preciso esperar os tais 90 dias para o embarque.
Passo 2: escolher a transportadora.
Para a cabine ela deve ser maleável, dessas tipo mala/sacola de mão. Se for porão deve ser rígida e aprovada pela IATA.
Ah! Cada cia aérea tem a sua regra de medidas… confira isso também antes da viagem.
Escolha a cia que pretende, verifique as medidas autorizada e compre a transportadora adequada e que garanta conforto ao seu pet. O animal deve poder se levantar e dar uma volta de 360° em si mesmo. Não vai levar ele feito uma sardinha enlatada hein.
Passo 3: treine seu pet a usar a transportadora. Faça ele se sentir confortável nela.
Deixa pela casa, coloque petiscos dentro, se ele entrar o recompense… assim, quando forem viajar ele vai estar super acostumado a aquele ambiente.
Se possível faça passeios ou pequenas viagens com ele para ver como se comporta.
Passo 4 – passaporte não obrigatório, mas pode facilitar a vida.
Fazer o passaporte do animal não é obrigatório e nem é valido em todos os países. Na União Europeia o passaporte pet substitui o Certificado Veterinário Oficial para viagens dentro da UE e de retorno internacional. Verifique se no seu caso vale a pena, em caso de animais europeus digo que vale sim.
Se o passaporte não for valido ou não existir, pegue o Certificado Veterinário Oficial no órgão responsável, conforme o modelo do país que deseja visitar.
Normalmente, nos sites de aeroportos, do ministério da agricultura ou da ordem dos veterinários tem todos os detalhes.
Acompanhe de perto estes sites, assim você fica por dentro de qualquer alteração de regra. E saiba que essas regras mudam com bastante frequência.
Passo 5: a passagem aérea
Compre o seu bilhete e informe a cia sobre a viagem do pet. Essa comunicação deve ser feita com alguma antecedência, pois existe um limite de pets por voo. Algumas cias falam em 24h de antecedência, enquanto outras em 48h…
Eu avisei logo na compra da passagem e alguns dias antes liguei para “lembra-los”.
Fato importante: a compra e pagamento da passagem do pet não garante que ele viaje. O embarque vai depender do agente que fizer o check in de vocês. Se o atendente do check in disser que o pet não poderá viajar, ele não vai. Tenha SEMPRE um plano B.
Passo 6: verifique se no país de destino é necessária uma vista do pet ao veterinário do aeroporto ou se é necessária uma liberação especial para a entrada do animal.
Se for preciso passar pelo veterinário do aeroporto, você deve avisar o aeroporto com alguma antecedência, o prazo varia de 24h a 72h antes da sua chegada.
Portugal tem um “consulta” obrigatória com o veterinário do Aeroporto. Eu fiz como na cia aérea. Avisei quando comprei a passagem e alguns dias antes do voo avisei novamente data e hora da nossa chegada. Essa consulta tem o valor de 40Euros por animal.
Sim, eu sou um pouco preocupada demais, mas eu queria meu filhote comigo e por ele, vale qualquer esforço.
Na chegada ao Brasil não é preciso passar por um veterinário, contudo, você deve passar pela Aduana (setor de itens a declarar) para apresentar a documentação do animal.
Passo 7: em cada etapa verifique os custos e esteja preparado para gastos extras.
As cias aéreas não gostam de transportar animais e vão dificultar sua vida. E os países precisam proteger os seus habitantes, portanto, são muito exigentes quanto as regras e segurança perante possíveis zoonoses. Alguns lugares podem exigir taxas extras ou quarentena do bichinho.
Passo 8: documentos necessários
Você deverá fazer uma visita com seu pet ao veterinário para que ele ateste que seu animal está em boas condições de saúde e pode viajar. Esse atestado deve ser emitido no máximo 10 dias antes da viagem.
Com esse atestado em mãos deverá agendar uma vista ao órgão público responsável pela entrada de animais no país (VIGIAGRO no Brasil e DGAV em Portugal) para que seja emitido o Certificado Veterinário Oficial ou Certificado Veterinários Internacional. Atualmente, a DGAV tem um site especial para emissão do Certificado Veterinário Oficial.
Esse documento tem um custo e deve ser pago no ato da visita. Em Portugal foram 25 Euros e vale por 60 dias.
Junto a esse documento você deverá ter um comprovante da aplicação do microchip de identificação, a caderneta ou passaporte de vacinas do seu pet onde conste as vacinas com data, lote e vencimento, além das informações das datas, lote e fabricante dos desparasitantes (vermífugos e antipulgas e carrapatos). Os desparasitantes devem ser dados aos animal no máximo 15 dias antes da viagem.
Seguindo esses passos e com todos os documentos em mãos, é hora de embarcar. Boa viagem!
Espero ter ajudado. Se você quiser saber como foi nossa primeira viagem internacional, com todos os detalhes e perrengues, visite: Nossa primeira viagem: Estrelando Amendoim.
Sites com informações sobre viagem internacional
DGAV – Direção Geral de Alimentação e Veterinária (Portugal)
DGAV – Exigências Sanitárias possivelmente requeridas
Certific@+ – Site para emissão de Certificação de Viagens em Portugal
VIGIAGRO – Setor do Ministério da Agricultura que regulamenta as viagens com animais
IATA – Regulamentação internacional de transporte aéreo, incluindo animais.
UNIÃO EUROPÉIA – Regulamentação de viagem com animais dentro da União Européia.
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